Uma nova tecnologia solar está pronta para fornecer energia barata a muitos dos mais de 600 milhões de pessoas na África sem acesso a eletricidade confiável.

A inovação na energia solar “fora da rede” está se tornando acessível até para as comunidades mais remotas, permitindo que as pessoas paguem pela eletricidade à medida que necessitem dela, a um valor inferior a meio dólar por dia.

A Lumos Global está entre as empresas que estão lançando a tecnologia na Nigéria, junto com a operadora de telefonia móvel MTN. O diretor-executivo da empresa, Nir Marom, diz que a instalação é simples.

Como funciona: o serviço da Lumos inclui um painel solar doméstico ligado a uma unidade interna de armazenamento e conexão que permite aos clientes acessar quantidades significativas de energia sob demanda, dia e noite. O serviço da Lumos permite aos clientes utilizar um modelo pay-as-you-go (pague pelo que usa), em pequenas quantidades, por mensagem de texto.

“Não é preciso ser eletricista para fazer isso”, diz Marom.

Os preços dos sistemas solares fora da rede despencaram. Agora os consumidores podem dividir o custo alugando o equipamento e pagando pela eletricidade conforme necessitem dela.

A empresa recebeu um financiamento de US$ 50 milhões* da Corporação para Investimentos Privados Internacionais do governo dos EUA (Opic), como parte da iniciativa Power Africa* do presidente Obama.

O presidente Obama e uma jovem em estande de energia solar (© AP Images)
O presidente Obama olha para display de energia solar durante a Feira de Inovação Power Africa 2015 no Quênia (© AP Images)

Começo forte no Senegal

À medida que o setor fora da rede cresce, vários países africanos também estão investindo milhões de dólares em grandes usinas solares da rede. O Senegal abriu uma das maiores da África em outubro, com capacidade para gerar 20 megawatts, suficiente para abastecer 160 mil pessoas.

A diretora-executiva Charlotte Aubin-Kalaidjian dirige a GreenWish Partners, que pagou pela construção.

Segundo ela, a quantidade de eletricidade produzida no Senegal é o dobro do que produziria um parque de energia solar do mesmo tamanho na Inglaterra ou no norte da França.

A Agência Internacional de Energia prevê que quase 1 bilhão de pessoas na África Subsaariana terão acesso a energia da rede até 2040.

Mas meio bilhão de pessoas ainda estarão fora da rede. Os investidores acreditam que a energia solar poderá preencher essa lacuna, além de ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

* site em inglês