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Obama encorajado por esforços bipartidários para a reforma da imigração

Por Jane Morse | Redatora | 31 de janeiro de 2013
Presidente Obama no microfone, gesticulando (AP Images)

President Obama

Washington – Falando em uma escola de Nevada com um corpo discente que é mais do que a metade hispânico, o presidente Obama disse que está otimista sobre as perspectivas para a reforma da imigração nos EUA.

“A boa notícia é que, pela primeira vez em muitos anos, republicanos e democratas parecem prontos para enfrentar este problema em conjunto”, disse Obama aos seus ouvintes em 29 de janeiro, na Del Sol High School, na cidade de Las Vegas.

A política partidária impediu que qualquer proposta concreta para lidar com os estimados 11 milhões de imigrantes não documentados que se imagina viverem nos Estados Unidos. Mas nas últimas semanas, disse Obama, membros de ambos os partidos, tanto no Senado como na Câmara dos Deputados, estiveram trabalhando ativamente na busca de uma solução.

“Ontem, um grupo bipartidário de senadores anunciou seus princípios para uma reforma da imigração abrangente, muito na linha dos princípios que eu propus e pelos quais fiz campanha nos últimos anos. Neste momento, parece que há um desejo genuíno para que se faça isso logo. E isso é muito encorajador”, disse Obama.

Mas Obama também prometeu que “se o Congresso for incapaz de avançar em tempo hábil, enviarei um projeto de lei baseado na minha proposta e insistirei para que seja votado imediatamente”.

Obama disse que seu plano para a reforma da imigração envolve manter a segurança das fronteiras e punir empregadores que contratem conscientemente imigrantes não documentados. “Para sermos justos, a maioria das empresas quer fazer a coisa certa, mas muitas têm dificuldades para descobrir quem está aqui legalmente e quem não está”, disse Obama. “Então, precisamos implantar um sistema nacional que permita às empresas verificar de forma rápida e precisa o status da empregabilidade de uma pessoa. E se, ainda assim, a empresa contratar conscientemente trabalhadores não documentados, precisamos aumentar as penalidades.”

O presidente enfatizou a importância dos imigrantes com o bem estar da economia americana, observando que nos últimos anos uma em quatro microempresas iniciantes (ou “startups”) de alta tecnologia e uma em quatro pequenas empresas nos Estados Unidos foram fundadas por imigrantes. Ele quer criar facilidades para que empresários brilhantes e estudantes imigrantes de ciência e tecnologia possam permanecer nos Estados Unidos, disse. A imigração, ele disse, “mantém nossa força de trabalho jovem. Mantém o nosso país na ponta da tecnologia. E ajudou a construir o maior motor econômico que o mundo jamais conheceu”.

Obama censurou a exploração de trabalhadores não documentados e disse que, em muitos casos, o tratamento injusto por parte dos empregadores e os baixos vencimentos também ameaçam os trabalhadores que têm cidadania. A reforma da imigração, ele disse, é crítica para o fortalecimento da classe média. “Temos que assegurar que todas as empresas e todos os trabalhadores estão jogando com as mesmas regras”, disse.

Obama disse que a reforma da imigração deve oferecer um “caminho claro” para a cidadania para os imigrantes não documentados já vivendo nos Estados Unidos. Isso, disse Obama, envolve o registro e a pesquisa de antecedentes criminais e de segurança nacional, o pagamento de impostos e multas por entrar no país ilegalmente, o aprendizado do inglês e a entrada “no final da fila” para ser considerado para a concessão da cidadania.

“Então, isso significa que não será um processo rápido, mas será um processo justo”, afirmou. “E tirará esses indivíduos das sombras e lhes dará a oportunidade de conquistar seu caminho para o green card e, eventualmente, para a cidadania.”

A reforma da imigração precisa permitir a preservação das famílias, disse Obama. “Com a cidadania”, disse Obama, “você não deve ter que esperar anos antes de sua família poder se unir a você nos Estados Unidos”.

Apesar de sensibilizado pelo foco do Congresso na reforma da imigração, Obama previu que quando as propostas de reforma estiverem próximas de se tornar realidade, o debate se tornará mais inflamado. “A imigração sempre foi um assunto que inflamou as paixões”, ele disse, e frequentemente leva a uma mentalidade “nós contra eles”. Mas ele lembrou seus ouvintes que “a maioria de ‘nós’ costumava ser ‘eles’”.

“Quando cada nova onda de imigrantes chegava”, disse Obama, “eles enfrentavam resistência daqueles que já estavam aqui”, inclusive racismo e zombaria. Mas, acrescentou, “todos vieram para cá sabendo que o que torna alguém americano não é só sangue ou nascimento, mas fidelidade aos nossos princípios fundadores e a fé na ideia que qualquer um, de qualquer lugar, pode escrever o próximo grande capítulo da nossa história”.

Trabalhador rural hispânico colhendo alface (AP Images)

Muitos fazendeiros dos EUA dependem de trabalhadores imigrantes para a colheita de suas safras.