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Notícias de Washington

EUA e Outras Nações Coordenam Esforço Maciço de Ajuda Emergencial no Haiti

A logística de distribuição de ajuda, de vôos a alimentos, é complexa

Howard Cincotta
Correspondente especial

Washington – Uma semana atrás, os Estados Unidos e outras nações enfrentaram a tarefa assustadora de transportar freneticamente alimentos, água e serviços médicos necessários do aeroporto de Porto Príncipe, no Haiti, até a cidade.

Hoje, a operação maciça e multinacional de ajuda de emergência, envolvendo mais de 30 países e 100 organizações não governamentais (ONGs ), está sistematicamente superando muitas das barreiras logísticas iniciais para entregar quantidades cada vez maiores de assistência a mais e mais pessoas.

“Resgate e ajuda emergencial no Haiti é um amplo esforço internacional”, declarou Arturo Valenzuela, secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, em um blogue em 22 de janeiro. “Os Estados Unidos mantêm estreita consulta e coordenação com as autoridades haitianas, as Nações Unidas e a comunidade internacional. .... Estamos trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana, com nossos parceiros internacionais e com as ONGs no local.”

Após reunião em 21 de janeiro com a funcionária da União Europeia Catherine Ashton, a secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, enfatizou novamente a necessidade de uma “resposta internacional coordenada e integrada para a reconstrução e a volta da prosperidade e das oportunidades ao Haiti”.

ENTREGA DE AJUDA EMERGENCIAL

Números não medem sofrimento, mas podem fornecer indicadores de desempenho com relação ao progresso da ajuda para aliviar a dor do povo haitiano.

Seis equipes americanas de busca e resgate, parte de uma força internacional de 43 equipes e 1.700 pessoas, continuam no Haiti, embora as autoridades haitianas tenham declarado que a fase de resgate da operação esteja chegando ao fim. Esses especialistas, socorristas de várias nações, encontraram e retiraram 132 sobreviventes dos escombros de prédios que vieram a baixo.

Agora, os Estados Unidos têm a água como prioridade máxima, e nos últimos dias, aviões, helicópteros e navios americanos entregaram mais de 600 mil garrafas de água e 400 mil rações alimentares.

O avião de carga USS Carl Vinson está produzindo 100 mil galões de água por dia e outros navios capazes de produzir água estão para chegar. No total, os Estados Unidos destacaram 20 navios da Marinha e da Guarda Costeira dos EUA para os esforços de ajuda emergencial.

Para alcançar populações inacessíveis fora da capital, a aeronave C-17 jogou paletes com milhares de garrafas de água e rações alimentares individuais em um local próximo à cidade de Mirebalais, cerca de 40 quilômetros de Porto Príncipe, cuja segurança está sendo feita pelas forças de paz da ONU.

As Nações Unidas informaram estar entregando com regularidade suprimentos de água em 98% dos assentamentos maiores e hospitais — uma população de aproximadamente 225 mil pessoas.

Desde 22 de janeiro, mais de 100 mil haitianos estavam recebendo diariamente itens de ajuda emergencial como cobertores, coberturas de plástico e contêineres. Enquanto isso, grandes quantidades desses mesmos itens, além de água, combustível e equipamentos para remoção de escombros também estão sendo descarregados de um navio da Marinha dos EUA, de acordo com as Nações Unidas e a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Mais de 40 mil barracas capazes de abrigar 200 mil pessoas devem chegar nos próximos dias, segundo a USAID — quantidade que ainda não atende às necessidades do país.

Além das entregas por ar e mar, quantidades cada vez maiores de ajuda também estão vindo da República Dominicana por caminhão, viagem que normalmente leva seis horas de São Domingos a Porto Príncipe.

Uma das histórias mais dramáticas do esforço emergencial ocorreu no aeroporto, que foi seriamente danificado e não tinha energia. O pessoal da Força Aérea dos EUA, em consultas com autoridades haitianas, começou a trabalhar quase que imediatamente com uma única pista altamente congestionada — sem eletricidade, telefones, computadores ou radar para orientar os aviões. Controladores de tráfico aéreo trabalharam em turnos de 12 horas debaixo do sol.

Hoje, o aeroporto está operando ininterruptamente, com uma média de 140 voos por dia, de acordo com o Departamento de Defesa, embora ainda esteja longe de receber todos os aviões que tentam chegar ao Haiti.

ASSISTÊNCIA MÉDICA E ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS

As equipes médicas do Departamento de Saúde e Serviço Social dos EUA trataram mais de 7 mil pacientes desde 21 de janeiro. Cada uma dessas equipes compreende 35 profissionais e 40 leitos e funciona como sala de emergência em campo. Eles trabalham em estreita cooperação com as equipes de hospitais de campanha da Argentina, de Israel, da Rússia, de Portugal e da Turquia.

Depois da chegada do navio-hospital da Marinha USNS Comfort — com mil leitos e 11 salas de operação — a capacidade de atendimento cirúrgico no Haiti aumentou substancialmente. O Comfort já tratou mais de 230 pacientes transferidos de outras instalações médicas.

No geral, o Departamento de Defesa prevê que o efetivo militar no Haiti chegará a 20 mil pessoas, o número atual é de aproximadamente 13 mil pessoas. A maioria delas, contudo (10 mil), permanece nos navios.

O esforço internacional de ajuda emergencial não se limita aos governos, e os Estados Unidos continuam a apoiar o trabalho de ONGs no local.

A Cruz Vermelha, além de equipar um centro de recepção em Miami para aproximadamente 10.500 pessoas evacuadas, começou a prestar primeiros socorros a haitianos fora da capital e a levar alimentos, água e equipamentos básicos de acampamento para 200 mil pessoas.

A Oxfam, que tinha 200 pessoas no país no momento do terremoto, pretende atender a 82 mil haitianos até o final da semana com suprimentos de ajuda emergencial, incluindo grandes “bexigas” de água posicionadas sobre plataformas; caminhões-tanque poderão depois encher cada uma delas com 10 mil litros de água potável.

O administrador da USAID, Rajiv Shah, que o presidente Obama indicou como coordenador geral dos esforços de ajuda americanos, estava no Haiti e conversou com o presidente René Préval.

Como parte de um apelo a todo país para continuar a ajudar o Haiti, o presidente Obama convocou dois ex-presidentes, George W. Bush e Bill Clinton, para formar o Fundo Clinton-Bush para o Haiti. O fundo tem como modelo outro semelhante, presidido por Clinton e pelo primeiro presidente Bush, criado após o tsunami do Pacífico de 2004.

“Com essa união, esses dois líderes enviam uma mensagem inequívoca ao povo do Haiti e aos povos do mundo”, declarou o presidente Obama. “Nestas horas difíceis, estamos unidos em apoio ao povo do Haiti, que mostrou essa resistência inacreditável, e vamos ajudá-lo a se recuperar e a reconstruir o país.”