A vitória do ANC nas eleições da África do sul com quase 66
por cento dos votos mereceu como seria de esperar analises por parte dos jornais americanos.
Embora isso seja uma vitória esmagadora, constitui uma queda em relação as
ultimas eleições e não dá ao ANC os 2/3 de lugares no parlamento que lhe dariam
o poder para mudar a constituição. A salientar a subida da Aliança Democrática para mais de 16 por cento dos votos enquanto
o novo partido COPE pouco maus de sete por cento.
O facto da Aliança Democrática
ter ganho controlo da província do cabo ocidental com base num voto de brancos
e da população mestiça e de Jacob Zuma ser da etnia Zulu foi algo notado num
editorial do CS Monitor que afirmou que a política na Africa do Sul é "ainda
essencialmente alimentada por questões de personalidade, raça e etnia".
"Até os partidos políticos
evoluírem para algo que signifique uma escolha entre ideias não servirão a África
do Sul tão bem como poderiam. Uma preocupação: Quando o novo parlamento se
reunir no próximo mês para formalmente eleger Jacob Zuma como presidente isso
poderá significar o inicio de uma perigosa divisão étnica" acrescentou.
Sorriso de confianca?
Já num editorial
titulada "A Escolha de Zuma" o Washington Post avisou que o novo presidente da África
do Sul poderá ou fortalecer a democracia
liberal do país ou destruí-la. O Washington Post considera que Zuma com as suas
cinco mulheres, a sua retórica populista, tendências populistas e acusações de
corrupção "fala e comporta-se muito como
um dos grandes homens tradicionais de África".
O jornal faz
contudo notar que a África do Sul permanece um país de liberdade com uma imprensa
totalmente livre e um sistema judicial independente. Mas acrescentou que
"apesar disso a África do Sul é um país
num equilíbrio instável entre a política liberal ocidental e o autoritarismo
populista de muitas nações ocidentais".
"Zuma poderá
desfazer esse equilíbrio para qualquer dos lados" disse.
Já o New York Times fez notar que
a vasta superioridade do ANC faz com que
país seja virtualmente um país de mono partidarismo com "os favoritismos e
corrupção que isso implica".
O New York Times elogia o ANC por ter efectuado mudanças
fornecendo milhões de pobres com
assistência social, habitação agua potável e serviços sanitários.
O diário disse que
Zuma terá que mostrar ser capaz de subir acima dos interesses partidários e das
suas próprias insuficiências para lidar o país numa altura de crise e
incertezas.
"Zuma
terá que seguir uma via responsável entre a impaciência dos pobres da África do
Sul e a necessidade de manter a confiança dos investidores internacionais, disse
o New York Times para quem "Zuma terá que apresentar uma politica destinada a
ajudar o Zimbabwe a saír da ditadura destrutiva de Robert Mugabe".
"Mbeki falhou em ambos os casos. Zuma
terá que ser melhor" acrescentou.
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