A
organização Freedom House considerou ter havido um retrocesso no número de
países livres no mundo sublinhando em particular os reveses na África
subsaariana.
O relatório
anual da Freedom House atribui a cada um dos países estudados uma nota qualitativa
do grau que desfruta na escala da liberdade, dividindo-os em países livres, sem
liberdade e parcialmente livres.
Nesta
óptica, o estudo afirma que o número de países considerados livres em 2008, situa-se
na casa dos 89, um menos do que eram o ano passado. Os retrocessos na escala da
liberdade foram vários em todos os sentidos. A região onde se registaram
maiores reveses foi a África subsaariana e nações da zona Báltica da ex-União Soviética.
Em África,
12 países, entre os quais, o Senegal, a Mauritânia, a Guine, o Congo e o
Zimbabué, sofreram reveses devido a conflitos étnicos, presidentes autoritários
e golpes militares.
Varias
zonas da ex-União Soviética situam-se mais em baixo ainda da escala da
liberdade, notoriamente a própria Rússia e a Georgia.
O director
de pesquisas da Freedom House, Arch Puddington, disse que a antiga União
Soviética é a única região do mundo onde a escala da liberdade registou mais
recuos, de forma constante, na ultima década.
"Na
realidade, desde que Vladimir Putin se tornou presidente, estamos a ver um
declínio constante no usufruto da liberdade em quase todas as escala desde as eleições
sem credibilidade à transformação da imprensa, anteriormente vibrante e forte
agora controlada pelo Kremlin," disse Puddington para quem "esse processo
negativo parece ter contaminado os vizinhos mais próximos da Rússia, onde as
suas democracias foram igualmente afectadas".
Uma
das áreas onde os pesquisadores da Freedom House acharam uma melhoria significativa
na escala da liberdade foi a Ásia do Sul, em países tais como o Paquistã, Bangladesh, as Maldivas e o Nepal.
Puddington
disse que esta zona constitui um traço de esperança, contrario a toda aquela estagnação.
Foi uma região, disse o especialista da Freedom House, que enfrentou
considerável volatilidade no domínio político, mas que apesar disso, constitui
um grande encorajamento nesse domínio, tendo sido realizadas já naqueles mesmos
países eleições livres bem sucedidas, registando-se ainda várias melhorias no
domínio das liberdades cívicas.
Todavia,
o estudo da Freedom House designa quarenta e dois países na escala de
"não-livres",representando cerca de 34 por cento da população mundial, dos
quais 60 por cento vivem na China.
Puddington
disse estar desapontado em encontrar a China nessa categoria apesar dos seus
empenhos na melhoria dos direitos aquando dos Jogos Olímpicos, o ano passado. Afirmou
Puddington que a repressão política e
das minorias culturais e religiosas aumentaram na China