A República
checa assumiu por seis meses, a presidência rotativa da União Europeia num
momento em que aquele grupo de 27 países se depara com uma série de problemas.
A república
checa assume a liderança da União Europeia no momento em que aquela organização
se debate com a sua pior crise financeira desde a sua criação há 50 anos atrás.
Muitos dos países membros já se encontram em recessão e as perspectivas
económicas para 2009 não são nada boas. Por outro lado, as relações entre a
União Europeia e a Rússia continuam bastante tensas depois da breve guerra em
Agosto passado entre a Rússia e a Geórgia e só recentemente Bruxelas e Moscovo
começaram a dar os primeiros passos no sentido da normalização. Em pano de
fundo está igualmente a questão do Tratado de Lisboa destinado a reformar a
organização. Praga ainda não ratificou o documento e o presidente checo Vaclav
Klaus continua a não esconder o seu cepticismo em relação à União Europeia.
Recusou-se igualmente a içar a bandeira a União Europeia na sua residência
oficial e opôs-se ao tratado sobre as mudanças climáticas. Tudo isto, segundo o
analista britânico Philip Whyte, faz com que a presidência checa seja bastante
difícil.
Para Whyte "o problema com a
república checa tem duas vertentes".
"A primeira é a existência de uma corrente euro-céptica bastante forte no
seu seio. E em segundo lugar trata-se apenas da primeira vez que preside à União Europeia desde a sua adesão em 2004.E,
irá fazê-lo no momento em que os desafios políticos e económicos são imensos"
acrescentou
Praga sucede
igualmente a uma presidência forte, a da
França, e, muitos observadores acham,
que dificilmente poderá garantir uma liderança vigorosa. No entanto o analista
francês Philippe Defarges acredita que o país acabará por cumprir com a sua
tarefa ao timão da União Europeia.
" Quando se é presidente da União Europeia há
uma tarefa a cumprir" disse o analista para quem "é claro que a república checa
deve levar a cabo as suas tarefas".
" O facto da
opinião pública checa ser euro-céptica não conta por aí além. Deve cumprir com
a sua tarefa" acrescentou.
Entretanto o
governo checo anunciou já que durante a presidência da União Europeia, Praga
vai privilegiar as questões da economia, da energia e das relações externas.