As Nações Unidas prorrogaram
a sua missão para o Sahara Ocidental depois sucessivos falhanços das negociações
entre o Marrocos e a Frente-Polisario, sobre o futuro daquele território.
A proposta de um território
autónomo apresentada por Rabat foi sempre rejeitada pela Frente Polisario que
reivindica a independência.
O Sahara Ocidental, está no
centro da mais longa disputa territorial em África. Desde a retirada da Espanha
há mais de 30 anos, o Marrocos e a Frente-Polisario, um movimento pro-independência
apoiado pela Algéria, têm disputado o controlo do território.
O mandato da missão de
mediação das Nações Unidas para o Sahara Ocidental chegou hoje ao fim, sem que
as partes tivessem obtido um acordo.
A ONU continua contudo a
apelar as partes a negociar. Farhan Haq éadjunto do porta-voz das Nações Unidas
afirmou que "o secretário-geral recomendou ao Conselho de Segurança a reiterar
o apelo as duas partes a negociar em boa fé, sem pré-condições e a demonstrarem
a vontade política para uma discussão concreta e segura com vista ao sucesso
das negociações."
O secretário-geral das Nações
Unidas disse que só haverá mudanças se houver realismo e espírito de
compromisso de ambas as partes.
O representante da Frente
Polisario na Algeria, Brahim Ghaly saudou a recomendação da ONU, mas afirmou
que se deve ter em consideração as questões dos direitos humanos.
Quase a metade da população
do Sahara Ocidental vive em campos de refugiados do outro lado da fronteira com
a Algéria.
O americano William Zartman,
analista de política internacional diz que o problema do Sahara Ocidental é o
maior obstáculo para a segurança regional e o desenvolvimento económico.
Diz ele que Washington deve
pressionar para um compromisso de autonomia do Sahara Ocidental em relação ao
Marrocos diz que "a questão é saber se os Estados Unidos podem levar as duas
partes a um compromisso conjunto" rejeitando tanto "uma completa integração no
Marrocos" como a "independência como propõe a Algéria".
Deve haver "um compromisso
de solução que corresponda as exigências, as necessidades e os interesses de
ambas as partes."
Mas a Frente Polisario
sempre rejeitou a proposta de um Estado autónomo, e defende a realização de um
referendo para a autodeterminação do território, que inclui a opção de
independência.
E a missão das Nações Unidas
foi encarregue no inicio para organizar um tal referendo que ate hoje não teve
lugar.