Ajuda a África “Não Serviu para Nada” – Economista Zambiana
Por João Santa Rita 21/04/2009
Vitima da Ajuda?
Nas últimas semanas uma economista zambiana tem estado
a causar controvérsia em círculos económicos. Dambisa Moyo tem vindo a afirmar
que a ajuda internacional a África não tem servido qualquer propósito.
Segunda-feira aqui em Washington Moyo afirmou que os governos africanos devem
ser responsabilizados pelos seus falhanços em elevarem os padrões de vida dos
seus cidadãos.
O novo livro de Moyo, Dead Aid, ou Ajuda Morta, causou
controvérsia entre as organizações de ajuda. A sua premissa central é que programas
de ajuda bem-intencionados falharam em melhorar as vidas da maior parte dos
africanos e criaram uma dependência mútua nefasta entre doadores e muitas vezes
governos africanos corruptos.
Dambisa Moyo falou ontem num fórum organizado pelo American
Enterprise Institute um centro de estudos sediado aqui em Washington onde
afirmou que "não serve nenhum propósito deixar os governos africanos sem
assumir responsabilidades". "Os governos africanos" disse ela, "deveriam eles
próprios apresentar as suas propostas".
"Deveriam ser presidente africanos a explicar-nos como
cidadãos do mundo preocupados com o que se passa quais são na verdade os seus planos
para fazer África avançar', acrescentou.
Moyo, formada pelas universidades de
Harvard e Oxford e com experiencia no Banco Mundial e como banqueira disse que
em cinco décadas de ajuda África tem pouco para mostrar de mais de um trilião
de dólares recebido de ajuda nesse período. A ajuda causou mais danos que
benefícios, acrescentou
A
economista disse que no seu próprio país, a Zâmbia, o governo abdicou da sua
responsabilidade pelos cuidados de saúde, entregando a maior parte da
administração desse sector a doadores internacionais. Os países africanos caiem
muitas vezes num ciclo de corrupção doença pobreza e ajuda, disse a economista
acrescentando que jovens com educação têm poucas oportunidades,
Dambisa
Moyo diferencia entre ajuda ilimitada a que se opõe e a ajuda de emergência
vinda do fundo monetário internacional que diz apoiar.
Para ela um dos grandes desafios é como incentivar os
governos africanos a estabelecerem medidas que estimulem o crescimento e
forneçam esperança aos seus cidadãos. Lamentado o que muitos chamam de
indústria crescente de doadores e recipientes Moyo citou um amigo nigeriano que
afirmou a a África é para o desenvolvimento o que Marte é para a NASA, a
agencia espacial americana.
"Gastamos milhares de milhões de dólares todos os anos
a analisar e a investigar mas ninguém espera que vivamos em Marte, disse a
economista.
"Ninguém espera também que África se desenvolva e é
essa a razão por que tem este equilíbrio de baixo nível não debatendo as
questões em que nos devíamos concentrar, acrescentou
No mesmo forum o antigo presidente do banco mundial Paul
Wolfowitz defendeu os seus programas de ajuda, elogiando entre 12 e 15 países
africanos que estão a ter uma boa performance económica com o crescimento a
exceder seis por cento ao ano,.
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