O Zimbabwe tem a maior taxa de desemprego do mundo. Lovemore  Matombo, líder  do Congresso dos Sindicatos do Zimbabwe, disse que apenas 6 por cento da força laboral zimbabwiana está ocupada em postos formais de trabalho.

O grupo sindical zimbabueano sublinha que os seus esforços no sentido de conseguir melhores contratos e condições de trabalho para os seus membros, tem, no passado, resultado em confrontações directas com o governo.

Geralmente, uma atmosfera de tensões tem assinalado o Primeiro de Maio no Zimbabwe. Este ano, porem, Lovemore Matombo afirma que com o advento do novo governo da unidade nacional, a situação poderá ser diferente:

"As celebrações deste ano são de algum modo diferentes devido ao facto do novo ambiente politico criado e a um espaço politico novo, no qual os nossos membros não se sentem intimidados pela policia ou pelos agentes dos Serviços Secretos" firmou o dirigente sindical acrescentando que "por estas razões, as celebrações do Primeiro de Maio, este ano, são mais pacíficas do que tem sido no passado".

"Mas, é claro que quanto diz respeito a situação dos trabalhadores  continua na mesma", acrescentou.

O chefe sindical zimbabueano afirmou que os problemas dos trabalhadores continuam a ser a prioridade da sua organização que, por outro lado, apoia o novo governo com o qual está envolvido em negociações por forma a que os seus trabalhadores possam obter melhores contratos e condições de trabalho. Mas acrescentou que se as negociações fracassarem, outras medidas serão sempre opções possíveis.

"Não podemos eliminar qualquer medida formal de protesto por parte dos trabalhadores industriais, mas até agora estamos a dar tempo e oportunidade ao governo que está informado acerca dos aumentos salariais que exigimos para os trabalhadores zimbabueanos através do Forum Negocial Tripartido," disse

Mas o dirigente sindical zimbabueano disse que mantém um optimismo cauteloso acerca do novo governo e das aparentes tréguas entre os dois lados, exortando os seus trabalhadores a permanecerem vigilantes.

Matombo disse que o ano de 2008 foi o mais difícil para todos  os zimbabueanos, empregados ou não.

Em Julho de 2008 a inflação atingiu no Zimbabwe a altíssima taxa de 231 milhões por cento, tendo o dólar zimbabueano atingido, até o fim do ano, um valor virtualmente nulo, quando o governo autorizou transacções em moeda estrangeira.

Embora estejam a ser presentemente pagos em dólares americanos, Lovemore Matombo disse que os funcionários zimbabueanos figuram entre os menos remunerados do mundo pelos seus trabalhos.