Israel Pode Declarar Trégua em Gaza; Egipto Recusa Abrir Fronteira
Por João Santa Rita 30/12/2008
Em resposta: Palestinianos disparam missil contra Israel
Entidades oficiais israelitas disseram estar a
considerar uma trégua de 48 horas na sua ofensiva militar contra a Faixa de
Gaza.
A França tinha anteriormente proposto uma trégua de 48
horas para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Terça feira os israelita continuaram com os seus
ataques. Pelo quarto dia consecutivo forças israelitas atacaram alvos da
organização Hamas na Faixa de Gaza ao mesmo tempo que a organização palestiniana
avisou que vai lançar ataques com rockets de maior alcance contra Israel.
As autoridades em Gaza disseram que 10 pessoas foram
mortas terça-feira nos ataques israelitas.
Os ataques destruíram cinco edifícios governamentais
do Hamas e uma da Universidade Islâmica. Postos de segurança do Hamas e a casa
de um destacado comandante também foram atacados.
Tropas israelitas, tanques e outros veículos militares
estão concentrados em grande número ao
longo da fronteira entre Gaza e Israel como preparativo para uma possível
operação terrestre.
Numa declaração televisionada um porta-voz da ala
militar do Hamas avisou que os ataques com rockets se vão tornar num problema
diário para as populações do sul de Israel se os ataques aéreos contra Gaza não
forem suspensos.
Pelo menos quatro pessoas foram mortas em ataques com
rockets e morteiros contra Israel nos últimos dias.
Entidades oficiais palestinianas disseram que os
ataques israelitas causaram a morte demais de 370 pessoas desde Sábado. A maior
parte das vítimas eram militantes do Hamas.
Uma agência das Nações Unidas disse que 57 civis foram
mortos.
Entidades oficiais israelitas não mostraram até agora
qualquer interesse em restabelecer uma trégua com o Hamas. O Primeiro-ministro
Ehud Olmert disse que os ataques aéreos são a primeira de várias ofensivas
aprovadas pelo gabinete de segurança. O Ministro da defesa Ehud Olmert disse
que Israel está pronta a alargar as suas operações militares para levar a estabilidade
à região.
Entretanto o presidente egípcio Hosni Mubarak disse
que o seu país não reabrirá totalmente os postos de fronteira com Gaza até o presidente
palestiniano Mahmoud Abbas reassumir o
controlo do território.
O Egipto permitiu no entanto a saída de Gaza de
palestinianos feridos e a entrada de alimentos e medicamentos.
O Hamas assumiu o controlo de Gaza em 2007 depois de
expulsar as forças da Fatah aliada do presidente Abbas.
Os Estados Unidos apelaram entretanto a um cessar-fogo
durável e estável.
Um porta-voz da casa Branca disse que os esforços dos
estados Unidos não se destinam a reactivar o anterior acordo de cessar-fogo que
disse ter sido violado sistematicamente pelo Hamas.
Os estados Unidos não querem um cessar-fogo que dure
dias ou semanas mas sim um que seja durável, disse o porta-voz.
O porta-voz da Casa Branca disse que o presidente Bush
manteve conversações telefónicas com o seu homólogo egípcio Hosni Mubarak e com
dois dirigentes palestinianos, nomeadamente o presidente Mahmoud Abbas e o
primeiro ministro Salam Fayad.
A secretária de Estado americana Condoleezza Rice
manteve por outro lado contactos com membros do chamado Quarteto Internacional
para o Médio Oriente.
Os ministros dos negócios estrangeiros da União
Europeia apelaram a um cessar-fogo entre o Hamas e Israel. Os seis países do
Golfo condenaram os ataques israelitas..