A Assembleia Geral das Nações
Unidas iniciou uma sessão especial de dois dias, centrada na promoção do
dialogo inter religiões como forma de reforçar a paz e a estabilidade no mundo.
Mais de uma dezena de
dirigentes mundiais estão previstos participar, incluindo o presidente Bush,
mas o encontro provocou algumas criticas por ter sido uma iniciativa da Arábia
Saudita – uma nação que abertamente não tolera a pratica de outros credos que
não seja o islamismo ortodoxo.
O presidente da Assembleia
Geral e o secretario geral da ONU, Ban Ki-moon abriram a conferencia destacando
que a presença de mais de uma dezena de dirigentes mundiais e outros
dignatários constituem testemunho da importância de um tal dialogo.
Ban sublinhou que o dialogo
inter religiões e mais importante do que nunca, na altura em que o mundo
assiste a tendências perturbadoras.
'Intensificam-se as
confrontações entre comunidades. Ideologias extremistas são cada vez em maior
numero. As sociedades estão cada vez mais polarizadas. O anti-semitismo
continua a existir. A fobia contra o Islão irrompeu como uma nova expressão de
uma forma antiga e horrível de preconceito.'
O presidente da Assembleia
Geral deu inicio ao encontro promovido pelo monarca da Arábia Saudita, que se
seguiu a uma conferencia sobre o dialogo que o rei patrocinou em Julho passado
em Madrid.
O monarca saudita afirmou que
o terrorismo e o crime são os inimigos de cada credo religioso e da sociedade,
e que existem apenas devido à intolerância.
Vários grupos de direitos
humanos criticaram o Rei Abdullah sustentando que deve por termo a intolerância
religiosa e a discriminação no seu próprio país.
O encontro contou com uma grande
participação por parte de chefe de estado e de governo árabes, tendo
participado igualmente o presidente israelita, Shimon Peres.
Na terça feira à noite, o
secretario geral da ONU ofereceu um jantar onde participaram para alem do
presidente Peres e o Rei Abdullah vários outros dirigentes árabes.
Entre as nações árabes apenas
o Egipto e a Jordânia reconhecem o estado de Israel.
Embora não tenha havido
qualquer reconhecimento publico, esta foi a primeira vez que o rei saudita e o
presidente israelita se sentaram juntos na mesma sala – mas em mesas
diferentes.
Mas durante a intervenção
perante a Assembleia Geral, Peres abandonou o texto preparado para se dirigir
directamente ao monarca saudita.
'Vossa Majestade o Rei da
Arábia Saudita. Escutei a sua mensagem. Espero que a sua voz se transforme na
voz prevalecente em toda a região, de todos os povos. Está certo, é necessária,
e constitui uma promessa.'
O monarca saudita tem
promovido um plano de paz para o Médio Oriente no qual os estados árabes irão
normalizar o relacionamento com Israel, em troca pela retirada de Israel de
todos os territórios árabes ocupados na guerra de 1967.
Shimon Peres indicou que o
plano constitui uma esperança para a região.
Peres afirmou mais tarde aos
jornalistas que a iniciativa do rei saudita constitui a inversão das políticas
do Médio Oriente existindo a sensação de ter chegado o momento para haver paz
na região.