N  O  T  Í  C  I  A  S     B  R  E  V  E  S

IDL promove workshop interdisciplinar sobre modelação climática

A modelação climática desde há muito que deixou de ser um problema apenas tratável por geofísicos. A previsão de cenários climáticos futuros é hoje efectuada com recurso a ferramentas que modelam todo o sistema Terra, nomeadamente as interacções físicas, químicas e biogeoquímicas entre os diferentes componentes do Sistema Climático (Atmosfera, Oceanos, Globo Sólido e Criosfera). Assim, a interacção com as restantes disciplinas fundamentais tem-se revelado não só necessária, como frutuosa.

Nesse sentido, o IDL promoveu no passado dia 25 de Setembro de 2008 um workshop que contou com a participação de diversas unidades de investigação com interesse na modelação climática, nas suas diversas vertentes. A ideia é, pela primeira vez em Portugal, avaliar o interesse dos diversos grupos participantes em montar esquemas de colaboração interdisciplinar para dar resposta aos novos desafios que a modelação climática tem vindo a oferecer.

A reunião revelou-se prometedora, com diversos grupos de Portugal Continental e Ilhas a demonstrarem interesse numa tal iniciativa, tais como as Universidades dos Açores, Aveiro, Algarve, Évora, Lisboa assim como do Instituto Superior Técnico. Debateu-se a possibilidade de organização de reuniões futuras, mais específicas em torno de problemas mais focados, assim como a possibilidade de lançamento de um programa de estudos pós-graduados na área e também o lançamento de uma página web do projecto.

J. Martins

Expedição geológica no deserto da Namíbia

...A Hipótese da Terra Bola de Neve

No Neoproterozóico (1200-550 Ma), a Terra pode ter passado por vários eventos de glaciação global e rápido degelo, como sugere a ampla distribuição de sedimentos glaciais desta idade que se encontram sistematicamente capeados por seqüências carbonáticas (cap carbonates). Estudos paleomagnéticos indicam que algumas destas cessões sedimentares foram depositadas em baixas latitudes, levando a crer que as calotas de gelo cobriram toda a superfície do planeta. Esta hipótese, conhecida como “Terra Bola de Neve” (Snowball Earth; Hoffman et al., 1998 in Science), evoca as mudanças climáticas mais extremas da história da Terra, as quais poderiam ter levado à diversificação de formas de vida do início do Cambriano.

Do 5 ao 13 de junho de 2008, uma expedição geológica sobre os depósitos glaciais e carbonatos de capa associados da Plataforma Otavi (-750 à -635 Ma), na Namibia, considerada como seqüências neoproterozóicas de referencia, foi organizada pelo geólogo Paul Hoffman, Professor da Universidade de Harvard. Essa excursão envolveu uma equipe de 20 especialistas vindo principalmente dos estados unidos, mas também da Alemanha, do Brasil e da China. A participação portuguesa, pelo pesquisador Eric Font do Instituto IDL da Faculdade de Ciências de Lisboa, se justifica pelo seu papel no actual debate sobre o tempo do degelo após um evento de Terra bola de neve. Desde a publicação dos resultados paleomagnéticos das seqüências neoproterozoicas do Brasil, o debate continua ainda entre proponentes de um evento extremamente rápido e os de um degelo muito mas lento do que previsto pelo modelo.

Quanto mede o Kilimanjaro ?

A ESTAÇÃO NEAREST ENTROU EM FUNCIONAMENTO EXPERIMENTAL

Às 22:14 horas do dia 25 de Agosto de 2007 foi colocado o primeiro observatório submarino integrado na rede de alerta precoce de tsunamis em instalação no Golfo de Cadiz, uma área geradora de grandes sismos e tsunamis que desvastaram já no passado histórico as costas Portuguesas, Espanholas e Marroquinas.