METS: Introdução & Tutorial
Introdução
A manutenção de uma biblioteca de objectos digitais
exige a manutenção dos metadados sobre esses objectos.
Os metadados necessários para utilizar e gerir com sucesso
objectos digitais são diferentes e mais vastos que os metadados
utilizados para gerir colecções de obras impressas
e outros materiais físicos. Embora uma biblioteca possa
manter metadados descritivos sobre um livro da sua colecção,
o livro não se dissolverá numa série de páginas
soltas caso a biblioteca não registar metadados estruturais
sobre a organização do livro, nem os investigadores
serão incapazes de avaliar o valor do livro se a biblioteca
não anotar que o livro foi produzido numa prensa "Ryoby".
O mesmo não pode ser dito para uma versão digital
do mesmo livro. Sem metadados estruturais, os ficheiros com imagens
ou texto que compõem a obra digital serão de pouca
utilidade, e sem metadados técnicos sobre o processo de
digitalização, os investigadores poderão ter
dúvidas sobre a exactidão da reflexão do original
que a versão digital oferece. Por questões de gestão
interna, a biblioteca deve ter acesso a metadados técnicos
apropriados para lhe permitir refrescar e migrar os dados, garantindo
a durabilidade de recursos valiosos.
O projecto Making
of America II (MOA2) tentou abordar parcialmente estas questões
providenciando um formato de codificação para metadados
administrativos e estruturais para trabalhos textuais e baseados
em imagens. METS, uma iniciativa da Digital Liberará Federativos,
tenta construir sobre o trabalho do MOA2 e providencia um formato
em XML para codificar metadados necessários tanto para
a gestão de objectos de bibliotecas digitais num repositório
como para a troca desses objectos entre repositórios (ou
entre repositórios e os seus utilizadores). Dependendo
da sua utilização, um documento METS pode ser utilizado
no papel de um Pacote de Informação de Submissão
(Submission Information Package - SIP), um Pacote de Informação
de Arquivo (Archival Information Package - AIP) ou um Pacote
de Informação de Disseminação (Dissemination
Information Package - DIP) no contexto do Open
Archival Information System (OAIS) Reference Model.
Um documento METS consiste em sete secções principais:
1. Cabeçalho METS - O cabeçalho METS contém
metadados descrevendo o documento METS em si, incluindo informação
como o criador, editor, etc...
2. Metadados Descritivos - A secção
de metadados descritivos pode apontar para metadados descritivos
externos ao documento METS (e.g., um registo MARC num OPAC ou um
registo EAD mantido num servidor Web), ou conter metadados descritivos
embebidos, ou ambos. Múltiplas instancias de metadados descritivos,
tanto internas como externas, podem ser incluídos na secção
de metadados descritivos.
3. Metadados Administrativos - A secção
de metadados administrativos oferece informação sobre
como os ficheiros foram criados e armazenados, direitos de propriedade
intelectual, metadados sobre o objecto original a partir do qual
o objecto digital foi derivado, e informação sobre
a proveniência dos ficheiros que compõem o objecto
digital (i.e., relações de ficheiros originais/derivados,
e informação de migração/transformação).
Tal como os metadados descritivos, os metadados administrativos
podem ser tanto externos ao documento METS, ou codificados internamente.
4. Secção de Ficheiros - A secção
de ficheiros lista todos os ficheiros que contêm as versões
electrónicas do objecto digital. Elementos <file> podem
ser agrupados em elementos <fileGrp>, para permitir a subdivisão
de ficheiros por versão do objecto.
5. Mapa Estrutural -
O Mapa Estrutural é o coração do documento
METS. Ele esboça uma estrutura hierárquica para o
objecto da biblioteca digital, e liga os elementos dessa estrutura
a ficheiros com conteúdos e metadados referentes a cada
elemento.
6. Ligações Estruturais -
A secção de Ligações Estruturais do
METS permite aos criadores METS registar a existência de
hiperligações entre nós na hierarquia esboçada
no Mapa Estrutural. Esta secção tem um valor particular
na utilização do METS para arquivar sites.
7. Comportamento - Uma
secção de comportamento pode ser usada para associar
comportamentos executáveis com o conteúdo no objecto
METS. Cada comportamento numa secção de comportamento
tem um elemento de definição de interface que representa
uma definição abstracta do conjunto de comportamentos
representado por uma secção de comportamento particular.
Cada comportamento também tem um elemento de mecanismo que
identifica um módulo de código executável
que implementa e executa os comportamentos definidos de forma abstracta
perla definição de interface.
Segue-se uma explicação mais detalhada de cada secção
e das suas inter-relações.
Cabeçalho METS
O elemento Cabeçalho METS permite-lhe registar metadados
descritivos minimalistas sobre o objecto METS em si dentro do documento
METS. Estes metadados incluem a data de criação para
o documento METS, a data da sua última alteração
e um estado para o documento METS. Pode também registar
nomes de um ou mais agentes que tenham desempenhado algum papel
para o documento METS, especificar o papel que eles desempenharam,
e acrescentar uma pequena nota sobre a sua actividade. Finalmente,
pode registar uma variedade de identificadores alternativos para
o documento METS por acréscimo ao identificador principal
para o documento METS registado no atributo OBJID no elemento raiz
METS. Um pequeno exemplo de um Cabeçalho METS pode ter o
seguinte aspecto:
<metsHdr CREATEDATE="2003-07-04T15:00:00" RECORDSTATUS="Complete">
<agent ROLE="CREATOR" TYPE="INDIVIDUAL">
<name>Jerome McDonough</name>
</agent>
<agent ROLE="ARCHIVIST" TYPE="INDIVIDUAL">
<name>Ann Butler</name>
</agent>
</metsHdr>
Este exemplo contém dois atributos no elemento <metsHdr>,
CREATEDATE e RECORDSTATUS, os quais são usados para indicar
a data e a hora em que o registo METS foi criado, e indicar o estado
do processamento do registo. Dois agentes que trabalharam neste
registo estão listados, a pessoa responsável pela
criação do registo e um arquivista responsável
pelo material original. Ambos os atributos ROLE e TYPE no elemento <agent> utilizam
vocabulários controlados. Valores permitidos para ROLE incluem "ARCHIVIST" (arquivista), "CREATOR" (criador), "CUSTODIAN" (responsável,
guarda, conservador), "DISSEMINATOR" (divulgador), "EDITOR" (editor), "IPOWNER" (detentor
de endereço IP), e "OTHER" (outro). Valores permitidos para
o atributo TYPE são "INDIVIDUAL" (individúo) "ORGANIZATION" (organização)
ou "OTHER" (outro)
Metadados Descritivos
A secção de Metadados Descritivos de um documento
METS consistem em um ou mais elementos <dmdSec> (Secção
de Metadados Descritivos). Cada elemento <dmdSec> pode conter
um ponteiro para metadados externos (um elemento <mdRef>),
metadados embebidos (dentro de um elemento <mdWrap>), ou
ambos.
Metadados Descritivos Externos (mdRef): um elemento mdRef oferece
um URI que pode ser utilizado para obter os metadados externos.
Por exemplo, a seguinte referência a metadados aponta para
o registo de um objecto digital em particular:
<dmdSec ID="dmd001">
<mdRef LOCTYPE="URN" MIMETYPE="application/xml" MDTYPE="EAD"
LABEL="Berol Collection Finding Aid">urn:x-nyu:fales1735</mdRef>
</dmdSec>
O elemento <mdRef> desta <dmdSec> contém quatro
atributos. O atributo LOCTYPE especifica o tipo de identificador
de localização contido no corpo do elemento; valores
válidos para LOCTYPE incluem 'URN,' 'URL,' 'PURL,' 'HANDLE,'
'DOI,' e 'OTHER' (outro). O atributo MIMETYPE permite-lhe especificar
o tipo MIME para os metadados descritivos externos, e o MDTYPE
permite-lhe indicar qual a forma de metadados está a ser
referenciada. Valores válidos para o elemento MDTYPE incluem
MARC, MODS, EAD, VRA (VRA Core), DC (Dublin Core), NISOIMG (NISO
Technical Metadata for Digital Still Images), LC-AV (Library of
Congress Audiovisual Metadata), TEIHDR (TEI Header), DDI (Data
Documentation Initiative), FGDC (Federal Geographic Data Committee
Metadata Standard [FGDC-STD-001-1998] ), e OTHER (outro). LABEL
oferece um mecanismo para descrever estes metadados para aqueles
que visualizam um documento METS, numa visualização
do tipo 'Índice de Conteúdos' do documento METS,
por exemplo.
Metadados Descritivos Internos (mdWrap): Um elemento mdWrap oferece
um contentor para metadados embebidos dentro de um documento METS.
Estes metadados podem tomar uma de duas formas: 1. metadados codificados
em XML, em que a codificação XML se identifica como
pertencendo a um outro espaço de nomes que não o
espaço de nomes dos documentos METS, ou 2. qualquer forma
binária ou textual, DESDE QUE esses metadados sejam codificados
em Base64 e contidos num elemento <binData> dentro do elemento
mdWrap. Os exemplos seguintes demonstram a utilização
do elemento mdWrap:
<dmdSec ID="dmd002">
<mdWrap MIMETYPE="text/xml" MDTYPE="DC" LABEL="Dublin Core Metadata">
<xmlData>
<dc:title>Alice's Adventures in Wonderland</dc:title>
<dc:creator>Lewis Carroll</dc:creator>
<dc:date>between 1872 and 1890</dc:date>
<dc:publisher>McCloughlin Brothers</dc:publisher>
<dc:type>text</dc:type>
</xmlData>
</mdWrap>
</dmdSec>
<dmdSec ID="dmd003">
<mdWrap MIMETYPE="application/marc" MDTYPE="MARC" LABEL="OPAC Record">
<binData>MDI0ODdjam0gIDIyMDA1ODkgYSA0NU0wMDAxMDA...(etc.)
</binData>
</mdWrap>
</dmdSec>
Note-se que todos os elementos <dmdSec> têm que possuir
um atributo ID. Este atributo oferece um nome interno único
para cada elemento <dmdSec> que pode ser usado no mapa estrutural
para ligar uma divisão em particular da hierarquia do documento
a um elemento <dmdSec> em particular. Isto permite que secções
específicas de metadados descritivos sejam ligadas a partes
específicas do objecto digital.
Metadados Administrativos
Elementos <amdSec> contêm os metadados administrativos
relativos aos ficheiros que constituem um objecto digital, bem
como os relativos ao material fonte original utilizado para criar
o objecto. Existem quatro formas principais de metadados administrativos
disponíveis para utilização num documento
METS: 1. Metadados Técnicos (informação relativa à criação,
formato e características de utilização),
2. Metadados sobre Direitos e Propriedade Intelectual (copyright
e informação de licenciamento), 3. Metadados sobre
a Fonte (metadados descritivos e administrativos relativos à fonte
analógica da qual o objecto digital é derivado),
e 4. Metadados sobre a Origem Digital (informação
respeitante às relações de origem/destino
entre ficheiros, incluindo relações de original/derivado
entre ficheiros e informação respeitante a migrações/transformações
aplicadas a ficheiros entre a digitalização original
de um artefacto e a sua incarnação como um objecto
de uma biblioteca digital). Cada um destes quatro tipos diferentes
de metadados administrativos tem um subelemento único dentro
da parte <amdSec> de um documento METS no qual essa forma
de metadados pode ser embebida: <techMD>, <rightsMD>, <sourceMD>,
e <digiprovMD>. Cada um destes quatro elementos pode ocorrer
mais que uma vez em qualquer documento METS.
Os elementos <techMD>, <rightsMD>, <sourceMD> e <digiprovMD> aplicam
o mesmo modelo de conteúdo que o <dmdSec>: eles podem
conter um elemento <mdRef> para apontar para metadados administrativos
externos, um elemento <mdWrap> para usar quando se embebede
metadados administrativos num documento METS, ou ambos. Múltiplas
instancias destes elementos podem ocorrer num documento METS, e
todas eles tem que conter um atributo ID para que outros elementos
dentro do documento METS (tais como divisões dentro do mapa
estrutural ou elementos <file>) possam ser ligados aos subelementos <amdSec> que
os descrevem. Pode-se, por exemplo, ter um elementos <techMD> que
inclui metadados técnicos sobre a preparação
de um ficheiro:
<techMD ID="AMD001">
<mdWrap MIMETYPE="text/xml" MDTYPE="NISOIMG" LABEL="NISO Img. Data">
<xmlData>
<niso:MIMEtype>image/tiff</niso:MIMEtype>
<niso:Compression>LZW</niso:Compression>
<niso:PhotometricInterpretation>8</niso:PhotometricInterpretation>
<niso:Orientation>1</niso:Orientation>
<niso:ScanningAgency>NYU Press</niso:ScanningAgency>
</xmlData>
</mdWrap>
</techMD>
Um elemento <file> dentro de um <fileGrp> pode então
identificar estes metadados administrativos como pertencendo ao
ficheiro que identifica através da utilização
de um atributo ADMID para apontar para este elemento <techMD>:
<file ID="FILE001" ADMID="AMD001">
<FLocat LOCTYPE="URL">http://dlib.nyu.edu/press/testimg.tif</FLocat>
</file>
Secção de Ficheiros
A secção de ficheiros (<fileSec>) contém
um ou mais elementos <fileGrp> usados para agrupar ficheiros
relacionados. Um <fileGrp> lista todos os ficheiros que compõem
uma única versão electrónica do objecto da
biblioteca digital. Por exemplo, podem existir elementos <fileGrp> separados
para as thumbnails, as imagens originais de arquivo, as versões
pdf, as versões de texto codificadas em TEI, etc.
Considere-se o seguinte exemplo de uma secção de
ficheiros de uma objecto de uma biblioteca digital para uma história
falada que tem três versões diferentes: uma transcrição
codificada em TEI, um ficheiro de som original em formato WAV,
e um ficheiro áudio derivado em formato MP3:
<fileSec>
<fileGrp ID="VERS1">
<file ID="FILE001" MIMETYPE="application/xml" SIZE="257537"
CREATED="2001-06-10">
<FLocat LOCTYPE="URL">http://dlib.nyu.edu/tamwag/beame.xml</FLocat>
</file>
</fileGrp>
<fileGrp ID="VERS2">
<file ID="FILE002" MIMETYPE="audio/wav" SIZE="64232836"
CREATED="2001-05-17" GROUPID="AUDIO1">
<FLocat LOCTYPE="URL">http://dlib.nyu.edu/tamwag/beame.wav</FLocat>
</file>
</fileGrp>
<fileGrp ID="VERS3" VERSDATE="2001-05-18">
<file ID="FILE003" MIMETYPE="audio/mpeg" SIZE="8238866"
CREATED="2001-05-18" GROUPID="AUDIO1">
<FLocat LOCTYPE="URL">http://dlib.nyu.edu/tamwag/beame.mp3</FLocat>
</file>
</fileGrp>
</fileSec>
Neste caso, o <fileSec> contém três elementos
subordinados <fileGrp>, um para cada versão do objecto.
O primeiro é um ficheiro de transcrição codificado
em XML, o segundo é o ficheiro de som original em formato
WAV, e o terceiro é um ficheiro áudio derivado em
formato MP3. Embora neste simples exemplo não aparente haver
uma necessidade real para a utilização de elementos <fileGrp> para
distinguir as diferentes versões do objecto, o <fileGrp> torna-se
muito mais útil para objectos que consistem num elevado
número de imagens digitalizadas, ou mesmo em qualquer caso
onde uma única versão do objecto consista num elevado
número de ficheiros. Nesses casos, ter a possibilidade de
separar os elementos <file> em elementos <fileGrp> facilita
a identificação dos ficheiros que pertencem a uma
versão em particular do documento.
Note-se a presença de atributos GROUPID com valores idênticos
nos dois elementos <file> que contêm os ficheiros áudio;
estes indicam que os dois ficheiros, embora pertencendo a versões
diferentes do objecto, contêm basicamente a mesma informação
(pode utilizar o GROUPID para o mesmo fim de indicar ficheiros
de imagem de páginas equivalentes num objecto digital que
contenha muitas imagens de páginas digitalizadas).
Note-se também que todos os elementos <file> têm
um atributo ID único. Este atributo proporciona um nome
interno único para o ficheiro que pode ser referenciado
por outras partes do documento. Irá ver este tipo de referenciação
em acção quando abordar-mos a Secção
do Mapa Estrutural.
Deve ser mencionado que os elementos <file> podem possuir
um elementos <FContent> em vez de um elementos <FLocat>.
Os elementos <FContent> são utilizados para embeber
o conteúdo do ficheiro em si no documento METS; caso isto
seja feito, os conteúdos do ficheiro devem ou estar em formato
XML ou ser codificados em Base64. Embora embeber ficheiros não
seja geralmente utilizado na preparação de um documento
METS para exibir objectos de uma biblioteca digital aos utilizadores,
pode ser ser uma funcionalidade valiosa para troca objectos de
bibliotecas digitais entre repositórios, ou para versões
de arquivo de objectos de bibliotecas digitais para armazenamento.
Mapa Estrutural
A secção do mapa estrutural de um documento METS
define uma estrutura hierárquica que pode ser apresentada
a utilizadores do objecto da biblioteca digital para lhes permitir
navegar nele. O elemento <structMap> codifica esta hierarquia
como série de elementos <div> encaixados. Cada <div> contém
informação em atributos que especifica que tipo de
divisão é, e também pode conter múltiplos
apontadores METS (<mptr>) e elementos apontadores de ficheiros
(<fptr>) para identificar o conteúdo correspondente
a esse <div>. Apontadores METS especificam outros documentos
METS como contendo a informação relevante para o <div> que
os contém. Isto pode ser útil quando se codifica
grandes colecções de material (e.g., todos os números
de um jornal científico) para manter o tamanho de cada ficheiro
METS relativamente pequeno. Apontadores para ficheiros especificam
ficheiros (ou, em alguns casos, tanto grupos de ficheiros ou localizações
específicas dentro de um ficheiro) dentro da secção <fileSec> do
documento METS actual que corresponde à porção
na hierarquia representada pelo <div> actual.
Em seguida encontra-se um exemplo de um mapa estrutural extremamente
simples:
<structMap TYPE="logical">
<div ID="div1" LABEL="Oral History: Mayor Abraham Beame"
TYPE="história falada">
<div ID="div1.1" LABEL="Interviewer Introduction"
ORDER="1">
<fptr FILEID="FILE001">
<area FILEID="FILE001" BEGIN="INTVWBG" END="INTVWND"
BETYPE="IDREF" />
</fptr>
<fptr FILEID="FILE002">
<area FILEID="FILE002" BEGIN="00:00:00" END="00:01:47"
BETYPE="TIME" />
</fptr>
<fptr FILEID="FILE003">
<area FILEID="FILE003" BEGIN="00:00:00" END="00:01:47"
BETYPE="TIME" />
</fptr>
</div>
<div ID="div1.2" LABEL="História da Família" ORDER="2">
<fptr FILEID="FILE001">
<area FILEID="FILE001" BEGIN="FHBG" END="FHND"
BETYPE="IDREF" />
</fptr>
<fptr FILEID="FILE002">
<area FILEID="FILE002" BEGIN="00:01:48"END="00:06:17"
BETYPE="TIME" />
</fptr>
<fptr FILEID="FILE003">
<area FILEID="FILE003" BEGIN="00:01:48" END="00:06:17"
BETYPE="TIME" />
</fptr>
</div>
<div ID="div1.3" LABEL="Introdução ao Sindicato dos Professores"
ORDER="3">
<fptr FILEID="FILE001">
<area FILEID="FILE001" BEGIN="TUBG" END="TUND"
BETYPE="IDREF" />
</fptr>
<fptr FILEID="FILE002">
<area FILEID="FILE002" BEGIN="00:06:18" END="00:10:03"
BETYPE="TIME" />
</fptr>
<fptr FILEID="FILE003">
<area FILEID="FILE003" BEGIN="00:06:18" END="00:10:03"
BETYPE="TIME" />
</fptr>
</div>
</div>
</structMap>
Este mapa estrutural mostra que temos ums história falada
(com o Mayor Abraham Beame da cidade de Nova York) que inclui três
subsecções: uma introdução de abertura
pelo entrevistador, um pouco de história da família
do Mayor Beame, e uma discussão de com ele se envolveu com
o sindicato dos professores de Nova York. Cada uma destas subsecções/divisões
estão ligadas a três ficheiros (obtidos do exemplo
anterior do agrupamento de ficheiros): uma transcrição
em XML, e os ficheiros áudio original e derivado. Um elemento <area> subordinado é usado
em cada <fptr> para indicar que esta divisão corresponde
com apenas uma porção do ficheiro ligado, e para
identificar a porção exacta de cada ficheiro ligado.
Por exemplo, a primeira divisão (a introdução
do entrevistador) está ligada a uma porção
do ficheiro de transcrição em XML (FILE001) que se
encontra entre duas etiquetas no ficheiro da transcrição
com o atributo ID com os valores "INTVWBG" e "INTVWND." Também
está ligado aos dois ficheiros áudio; nestes casos,
em vez de especificar os valores dos atributos ID dentro dos ficheiros
ligados, os pontos de início e fim do material ligado dentro
dos ficheiros é indicado através de um simples valor
de tempo codificado na forma HH:MM:SS. Assim, a introdução
do entrevistador pode ser encontrada em ambos os ficheiros áudio
no segmento que começa no tempo 00:00:00 no ficheiro e estende-se
até ao tempo 00:01:47.
Ligações Estruturais
A secção de ligações estruturais do
formato METS é a mais simples em termos de forma de todas
as principais secções METS, contendo apenas um único
elemento, <smLink> (embora esse elemento possa ser repetido).
A secção de ligações estruturais do
METS visa permitir registar a existência de hiperligações
entre itens dentro do mapa estrutural, geralmente elementos <div>.
Esta é uma funcionalidade útil caso se pretenda utilizar
o METS para arquivar sites, e se pretenda manter um registo da
estrutura do hipertexto dos sites separadamente dos ficheiros HTML
do site em si.
Como exemplo, considere o caso de um documento METS para uma página
da Internet contendo uma imagem que está hiperligada a outra
página. O elemento <structMap> iria provavelmente
conter <divs> como os seguintes para as duas páginas:
<div ID="P1" TYPE="page" LABEL="Page 1">
<fptr FILEID="HTMLF1"/>
<div ID="IMG1" TYPE="image" LABEL="Imagem com hiperligação
para a página 2">
<fptr FILEID="JPGF1"/>
</div>
<div ID="P2" TYPE="page" LABEL="Page 2">
<fptr FILEID="HTMLF2"/>
</div>
Caso pretenda indicar que o ficheiro de imagem no <div> contido
no <div> da primeira página está hiperligado
ao ficheiro HTML no <div> da segunda página, então
teria um elemento <smLink> dentro da secção <structLink> do
documento METS, da seguinte forma:
<smLink from="IMG1" to="P2" xlink:title="Hiperligação da imagem
JPEG na Página 1 par a Página 2" xlink:show="new"
xlink:actuate="onRequest" />
O elemento de ligação <smLink> acima usa um
forma ligeiramente modificada do sintaxe XLink; todos os atributos
XLink são usados, mas os atributos "to" e "from" attributes
são declarados como sendo do tipo IDREF em vez de NMTOKEN
como na especificação original do XLink. Isto permite-lhe
indicar a existência de ligações entre quaisquer
dois nós do mapa estrutural, e também usar ferramentas
de processamento de XML para confirmar que os nós ligador
realmente existem.
Secção de Comportamento
A secção de comportamento pode ser utilizada para
associar comportamentos executáveis com conteúdos
do objecto METS. Uma secção de comportamento contém
um ou mais elementos <behavior>, cada um dos quais tem um
elemento de definição de interface que representa
uma definição abstracta do conjunto de comportamentos
representado por uma secção de comportamento em particular.
Um <behavior> também tem um elemento <mechanism> que é usado
para apontar para um módulo de código executável
que implementa e executa o comportamento definido de forma abstracta
pela definição da interface.
Os comportamentos de objectos digitais podem ser implementados
como ligações a web services como no exemplo seguinte
originário do projecto Fedora (apoiado pela Fundação
Mellon):
<METS:behavior ID="DISS1.1" STRUCTID="S1.1" BTYPE="uva-bdef:stdImage"
CREATED="2002-05-25T08:32:00" LABEL="UVA Std Image Disseminator"
GROUPID="DISS1" ADMID="AUDREC1">
<METS:interfaceDef LABEL="UVA Standard Image Behavior Definition"
LOCTYPE="URN" xlink:href="uva-bdef:stdImage"/>
<METS:mechanism LABEL="A NEW AND IMPROVED Image Mechanism"
LOCTYPE="URN" xlink:href="uva-bmech:BETTER-imageMech"/>
</METS:behavior>
Ver também:
Conclusão
O esquema METS oferece um mecanismo flexível para codificar
metadados descritivos, administrativos e estruturais para um objecto
de uma biblioteca digital, e para exprimir as ligações
complexas entre estas várias formas de metadados. Assim
o METS oferece uma norma útil para a troca de objectos digitais
entre repositórios. Adicionalmente, o METS oferece a possibilidade
de associar um objecto digital com comportamentos ou serviços.
A discussão anterior descreve as principais funcionalidades
do esquema, mas uma examinação mais detalhada do
esquema e da sua documentação é necessária
para compreender todo o alcance das sua capacidades.
Este documento corresponde à tradução do
documento "METS: An Overview & Tutorial", publicado em 18 de
Julho de 2003 em http://www.loc.gov/standards/mets/METSOverview.v2.html.
A tradução é da responsabilidade de Nuno Freire
(INESC-ID), com revisão de José Borbinha (Biblioteca
Nacional da Portugal).
|